sábado, 16 de abril de 2011

Moldura pr'o nada

Ruins? Não, pra serem ruins teriam que melhorar muito.
Os dias que se vão através da janela que não dá vista pra lugar nenhum,
são cheios do vazio. Esse vazio daqueles de acabar com o sentido de tudo.
Através da janela que não mostra nada, se percebe que a vida é aquilo ali mesmo,
um conjunto de paredes sujas e estreitas que revelam a medíocridade. Justo.
Até porque a analogia é sincera e se encaixa perfeitamente com o humor
do admirador, desesperadamente sólido o conjunto de paredes que cercam
aquela janela para o mundo cinza.
Poderia olhar para dentro dos cômodos mais seria ainda pior,
As paredes dali guardavam memórias aterrorizantes.
Os gritos desnecessários e inúteis, o silêncio armado, pronto pra matar
quem ousar interrompe-lo.
Essas paredes são a morte, pois se vive cercado pelo remorso,
brancas e imundas, inúteis e sem sentido.
Bom mesmo seria se elas calassem, fizessem o maior esforço possível
para não torturar o morador desta solitária em forma de cômodo.
A unica fuga possível seria aquela janela,
mas a vista dá para o nada.
Malditas paredes e inútil janela.
Pra onde olhar?

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