sábado, 25 de junho de 2011

Eu não quero acordar

Quero ter maus pensamentos
quero te odiar a cada momento.
Ser frio e calculista, não sentir dor,
carregar um escudo contra as ilusões
que insistem em vir ao meu encontro.
Quero ir contra a maré, porque o que tenho visto até agora
é pouco. É um devaneio para usar minha boa vontade como desculpa
para seguir despertando todas as manhãs.
Eu quero desperdiçar meu tempo
pois ele já não tem o mesmo valor que costumávamos achar que tinha.
Queria nunca parar, mas a inércia há muito me impede de viver o que pretendia.
Minha vida é uma comédia, meio dramática, com um forte apelo de drama.
Uma piada mal contada, um eterno grito de "quase",
'un afán' por algo melhor, um clamor pelas madrugadas.
Uma ideia, e apenas uma ideia, de que algo melhor pode vir a salvar
os anos vindouros, porque os que se passaram já estão nos seus devidos sacos de lixo.
Acreditem, dali nada pode ser reciclado, nem reutilizado.
Não lamento, nem sinto falta. Aquilo que se foi já esta sepultado.
Não há mais nada para ser salvo antes do fim,
antes do fim das palavras, antes que falte o ar.
O que me mata é essa mania de sempre acreditar, de manter a alma fora do coma.
Preciso é de uma anestesia contra esses dias ruins, algo que me deixe fora do ar
por uns 6, 7 meses. Apenas um momento longe dessa confusão de mentiras, pessoas,
luzes, sons, sentimentos, amores e os seus finais.
Não espero mais nada, não de verdade. Quando olho pela janela não desejo ver nenhum rosto conhecido,
muito menos um rosto novo e interessante, porque de novidades a vida esta cheia.
Difícil mesmo é encontrar alguma novidade que valia a pena o engajamento.
Rimos, sofremos, duvidamos e, afinal, de que vale lutar tanto?
Com os punhos firmes e apontados para o outro, pois se alguém te diz algo que não lhe agrade,
você certamente vai estar pronto para derrubar tudo e todos.
Vamos nos queixar,
vamos fingir mais um dia que esta tudo bem,
que tudo faz sentido,
que sofremos por alguém que presta,
por alguém que nos espera sem nenhum interesse próprio,
apenas pelo romantismo e poesia.
Vamos cair sem perceber,
vamos morrer e não sabemos o por que?
E tudo vai seguir igual.

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