sábado, 25 de dezembro de 2010

Não Tem Remédio

Estou tão sujo que agora quero sabão, estou tão mastigado que já não tenho sabor,
estou tão castigado que busco perdão, estou curado e não sinto mais dor.
Se eu me queimo é simplesmente por brincar com fogo, e eu tento aproveitar cada momento
porque não há mais nada depois que isso acaba.
Estou tão previsível que perdi valor, estou domesticado já não sou feroz,
se o que você sempre quis finalmente se realizou, o que sempre sonhou agora se quebrou.
Já não quero tudo aquilo que não tenho, e eu tento aproveitar cada momento,
porque quando você se vai não há nada mais para lamentar.
Eu quero um disfarce de "bom garoto", pouca vontade e muito cérebro, 
porque no final percebi que o que eu quero o dinheiro não pode comprar.
E não há nada mais depois que isso acaba.
Decidi enterrar meu lado irracional para corrigir tudo que eu fiz de errado.
Estou tentando acertar , mas sempre volto a falhar, eu não tenho teto para me proteger
quando tudo vai mal, eu prefiro ignorar ao invés de lutar, e te incomodar me diverte,
é como matar o stress, e isso me dá a sensação de estar todo o tempo fingindo que tenho coração.
E eu estou renunciando à razão, você me força a ser frio e calculista, eu só quero ser bom, e pode ser que eu seja um pouco encantador e outro pouco decepcionante, é que não tem remédio ser como eu sou.
E agora se tento ceder é como se não soubesse mais como fazê-lo, e eu fico burro e nunca quero entender,
sei que não tenho fé naquilo que você faz, é que desmorono tendo medo e não sei bem porque,
não sei bem como chamar atenção, não sei como me sentir melhor, não sei como posso te dizer que não há solução pra tudo isso.
Por isso renuncio à razão e tento ser calculista, e tudo que eu tento ser é alguém que não vá cometer um erro no minuto seguinte, é que sou um pouco interessante e um pouco monótono, 
e já não tem remédio ser como eu sou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário