terça-feira, 6 de julho de 2010

Argentina nos braços do seu povo...

Qual foi a pior derrota, a do Brasil para a Holanda ou a da Argentina diante da Alemanha?
Está errado quem afirmar que foi a Argentina pelo fato de que perderam por 4
e Brasil apenas por 1 gol de diferença.
A pior foi a brasileira e a prova disso está na recepção que os dois times tiveram
quando retornaram aos seus respectivos países.
Enquanto o torcedor brasileiro dedicou uma total indiferença aos seus jogadores,
o elenco argentino teve uma recepção calorosa, uma multidão de 20 mil pessoas enlouquecidas no aeroporto de Ezeiza a espera dos jogadores.
Vibrantes, emocionados, torcedores que imploravam
para que Maradona ficasse no comando técnico da albiceleste.
Cantavam as tradicionais músicas de incentivo ao time
e aplaudiram os jogadores como heróis de uma conquista.
Enquanto o grupo brasileiro cumpriu mais uma vez a deprimente rotina
de se afastar dos poucos torcedores que foram aos aeroportos do Rio e de São Paulo,
sendo que em Guarulhos sequer tiveram a decência de sair pela porta principal,
se esvairam por saídas secretas e laterais,
os argentinos retornaram ao solo pátrio embalados pelos braços e canções do seu povo.
Não é de admirar, a Argentina foi eliminada na mesma fase que o Brasil, mas nas 5 partidas disputadas procuraram o gol adversário com afinco, trocaram passes, ensairam dribles, enfim, mantiveram-se fiéis
á tradição do futebol argentino. Por isso foram recompensados com o reconhecimento popular.
O grupo dos amigos de Dunga e Jorginho jogou na África
para não tomar gols e marcar em contra ataques. Apostaram na força da defesa.
Os ídolos eram o goleiro e os zagueiros (!!!!).
Jamais se pensou no futebol bem jogado, à brasileira.
Maradona levou seis atacantes, Dunga 4 e uma coleçao de volantes de pouca inspiração.
Esta equipe da Copa de 2010 sem dúvida já caiu no limbo do esquecimento.
É o que merece.
Há quem diga que esse carinho todo esta prejudicando o futebol portenho,
que eram necessarios protestos em praça pública. Eu discordo.
Em 2006, o Brasil foi eliminado nas quartas, o elenco foi execrado,
queimaram um boneco feito em homenagem ao Ronaldinho Gaúcho,
que era o melhor jogador do planeta na época, mas havia demonstrado pouco futebol.
Funcionou? Não. Quatro anos depois o fracasso se repetia.
2006 era uma bagunça. 2010 era um campo de concetração.
2006 tinha " jogadores estrela" sem vontade de jogar pela seleção..
2010 tinha "cabeças de bagre" com vontade até demais, não é mesmo Felipe Melo?
Duas seleções tão diferentes condenadas na mesma fase ao fracasso.
Os Argentinos estão certos, tomam sua seleção nos braços como que dizendo:
"Vocês não estão sozinhos, estamos aqui na boa e na ruim".
Pelas janelas do ônibus que trazia a delegação argentina se via o rosto dos jogadores atônitos,
não acreditavam no que viam. Esperavam vaias, ameaças, agressões físicas e verbais.
Já estavam preparados para elas.
Mas não estavam preparados para aquele apoio, para aquela compreensão.
Mascherano olhava com tristeza desoladora. Heinze encostava sua cabeça no banco da frente, sabia que não tinha dado ao seu povo o que ele merecia. Messi não se movia. Palermo olhava para todas as janelas ao mesmo tempo. Agüero sorria para os torcedores com grande desconforto.
O povo argentino deu um "soco no estômago" de seus jogadores.
Sem precisar criticar, sem ofender.
Deixaram seus jogadores envergonhados, com a dignidade no chão, sem desculpas para nada.
Parabens à todos que lá estiveram para cobrar de seus jogadores através de uma prova de amor
a camiseta albiceleste....

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