sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Coração

As vezes é destruído em pedacinhos, é esmagado e pisoteado. Outras, sinto que ele nem ama nem sofre, que está ali só por que precisa estar. Batendo-batendo-batendo sem se cansar, sem sentir falta de alguém o ocupando de sonhos e medos. Ou então, está completo, longe de qualquer rastro de dias sem suas partes, feliz por tudo ou nada. Se pudesse até sorriria e choraria.
Independente de estar doente, cansado, quieto, acelerado ou fora de controle, tudo nele acaba se perdendo ou sendo guardado para nunca mais sair e ali ficar, na eternidade que sempre se esgota. Em forma de uma lembrança, uma amizade, um medo, pavor ou suspiro. 
A maioria das coisas que o ocupam, que o faz em pedacinhos ou o faz bater alegre naquele misto de suspiros e esperança são coisas que a realidade passa longe. São fatos, histórias, diálogos e momentos que só existem dentro de mim. 
Eu acabo o iludindo. Fazendo-o acreditar que é quando não é, que existe quando nem se pensou em nascer, que alguém virá, que nada ruim acontecerá ou então que a maior tragédia está por vir. E só nós, eu e ele, realmente sabemos o que se passa por aqui.


(por Karoline Freitas / @swallowedwords)

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