domingo, 7 de novembro de 2010

Acasos

Eu quis nunca te perder
Tanto que via em tudo que você fazia, o céu,
Fiz de tudo para que você jamais tivesse motivos para partir,
Mas não houve acordo.
E agora sei que deixei você à vontade demais,
Livre demais, te dei poder demais.
E você se foi, sem nem pensar duas vezes,
Desejava exatamente o oposto, e eu não pude ver,
E também não pude crer
Que te vendo de novo fosse sentir tanta.... indiferença.
Isso me incomoda, afinal não era para ser assim,
O bom sendo diz que deveria existir desconforto,
Amor e ódio, dor e lembranças. Mas não.
Ouve o pior de todos os sentimentos:
A indiferença.
Luis Fernando Veríssimo já havia dito
Que o sentimento oposto ao amor
não era o ódio, e sim a indiferença.
Pois acabei por colocar essa teoria à prova
E constatei que é irremediavelmente verdade.
Sem dúvida essa foi a melhor noticia dos últimos dias,
Descobrir-se capaz de cicatrizar feridas há muito expostas
Aos olhos podres.
Mas você, ah você, que era tudo aquilo e hoje nem sombra faz àquela imagem,
E creio que a recíproca seja verdadeira e antecessora à minha.
É, pois é. É o amor que ninguém mais vê.
Somos agora o que fomos a maior parte do tempo. Estranhos.
Isso é esquisito.
Mas assim é o amor, doença que dá e passa,
Fé num santo oco de milagres vis e tão singelos
Para tanta devoção.
Como uma criança, ele deseja ter, e depois que têm
Deixa de lado.
Parece que vai ser assim daqui pra frente,
Sempre foi assim e não vai ser eu quem vai mudar
Todos esses paradigmas que aí estão
Atravancando meu caminho.
Mas não seria bom se fossemos a exceção?
Então me diga o que aconteceu, me diga o que sobrou,
Me diga o que faltou, ou então diga qualquer coisa
Para acabar com esse silêncio constrangedor
De anos de duração....

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