segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mais do Mesmo

Sempre fui o mesmo,
até quando quis muito parecer outra pessoa.
Mas sempre fui do mesmo jeito,
ainda que eu não quisesse ser assim.
Nunca consegui manter aparências
ou desconectar os ouvidos
pra não escutar determinadas palavras.
Já tentei, mas não foi muito efetivo.
Sempre sobram resquícios de conversas
na sua cabeça,
resquícios esses, que você, assim como eu,
queria ver queimando em uma fogueira
de lembranças ruins.
Difícil mesmo é ter que reviver os fatos vis,
todos de novo, um milhão de vezes mais,
porque quando parecem mortos e enterrados,
aí sim é que eles teimam em voltar à tona mais uma vez.
E lá estão eles todos expostos para quem quiser ver,
mostrando fragilidades e desvios de conduta.
Provando para todos o quão desleixado e incompetente
eu consigo ser.
Provando para mim que tudo o que eu quis viver
nem sempre se tornou realidade. E isso me desgasta.
Porque quando as memórias se afastam com ação do tempo
eu quase consigo acreditar que é real,
vou me convencendo aos poucos que tais pensamentos
se tornaram concretos.
Aquele desejo se transformou em realidade
num piscar de olhos.
E quem irá dizer que não é?
Tudo que eu não preciso é que o passado volte
e me mostre que nada daquilo existiu,
que tudo não passou de enganação e fingimento.
Eu não preciso disso.
Vou na direção que a ladeira desce
porque de dificuldades minha cabeça esta cheia,
e de descontentamentos o passado esta repleto.

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